Por que estudar o espiritismo?
Recentemente, fui convidado por determinada Casa Espírita de Salvador-Ba, onde nasci e moro desde sempre, para abordar o tema “Conhecendo O Livro dos Espíritos”, obra basilar do Espiritismo, levada às bancas parisienses no dia 18 de abril de 1857, apontando, como seu autor, o nome de Allan Kardec.
Tão logo me foi feito o convite, comecei a mais uma vez refletir sobre a importância que tem essa monumental obra para a história do Espiritualismo Moderno, figurando como o mais fragoroso fruto daquilo que o meu conterrâneo Djalma Motta Argolo, no seu livro A Trajetória Evolutiva do Espírito, chama de “Segunda Revolução Mediúnica”, tendo sido, a primeira, o momento em que o homem, vivendo a sua vida rústica, descobriu o mundo espiritual, acordando para as próprias possibilidades mediúnicas.
Muito dificilmente, paro para fazer um rascunho de palestras. Costumo olhar este ou aquele livro, reflito bastante sobre o tema e os conhecimentos que tenho sobre ele, crio meu roteiro mental e realizo as exposições. É uma maneira de estar sempre fazendo algo novo, embora abordando temas iguais.
Contudo, para o tema daquela noite, dias antes comecei a rever O Livro dos Espíritos, seus capítulos, seus ensinamentos. Tomei de outras obras, como Reflexões Espíritas, do Espírito Vianna de Carvalho através de Divaldo Franco; O Livro dos Espíritos e sua tradição histórica e lendária, de Canuto Abreu; e, também, Cadernos Espíritas, do saudoso jornalista baiano Deolindo Amorim. Neste último livro, está encerrado um curioso estudo sobre a origem da Doutrina Espírita, que é de suma importância consultar.
Fui, assim, “armado” com a espada da informação para a casa irmã.
Era uma quarta-feira, pela manhã. Surpreendentemente, o salão estava lotado, estando presente cerca de duzentas e vinte pessoas.
Convidado a assumir a palavra, comecei minha exposição, relembrando os acontecimentos de Hydesville, tocando no convite feito pelo Sr. Fortier ao Prof. Rivail para que este presenciasse o fenômeno das mesas girantes, passando pelos primeiros estudos do pedagogo francês até atingir o lançamento de O Livro dos Espíritos, momento a partir do qual apresentei as quatro partes da obra basilar do Espiritismo, revelando seu conteúdo e sua relevância.
Em dado momento da explanação, interrompi as colocações e consultei a platéia, fazendo a seguinte pergunta: Quem aqui já leu O Livro dos Espíritos? Cerca de sessenta pessoas (menos de um terço dos presentes) levantaram a mão!
Refiz, então, a pergunta: Quantos já estudaram O Livro dos Espíritos? Aproximadamente vinte pessoas mantiveram suas mãos levantadas!
E nova pergunta despontou dos meus lábios: Quem pode me dizer do que está escrito na introdução de O Livro dos Espíritos? Todos abaixaram a mão!
Naquele momento, mais do que em qualquer outro, entendi porque devemos estudar o Espiritismo: para sermos, verdadeiramente, espíritas – porque é impossível compreender e viver uma Doutrina tão complexa e abrangente sem dominar seus conhecimentos básicos.
E, àquele que quiser tornar-se, verdadeiramente, espírita, convido a um estudo de O Livro dos Espíritos, sem, contudo, que deixe de consultar a sua introdução!
Autor: Pedro Camilo
[email protected]
Tão logo me foi feito o convite, comecei a mais uma vez refletir sobre a importância que tem essa monumental obra para a história do Espiritualismo Moderno, figurando como o mais fragoroso fruto daquilo que o meu conterrâneo Djalma Motta Argolo, no seu livro A Trajetória Evolutiva do Espírito, chama de “Segunda Revolução Mediúnica”, tendo sido, a primeira, o momento em que o homem, vivendo a sua vida rústica, descobriu o mundo espiritual, acordando para as próprias possibilidades mediúnicas.
Muito dificilmente, paro para fazer um rascunho de palestras. Costumo olhar este ou aquele livro, reflito bastante sobre o tema e os conhecimentos que tenho sobre ele, crio meu roteiro mental e realizo as exposições. É uma maneira de estar sempre fazendo algo novo, embora abordando temas iguais.
Contudo, para o tema daquela noite, dias antes comecei a rever O Livro dos Espíritos, seus capítulos, seus ensinamentos. Tomei de outras obras, como Reflexões Espíritas, do Espírito Vianna de Carvalho através de Divaldo Franco; O Livro dos Espíritos e sua tradição histórica e lendária, de Canuto Abreu; e, também, Cadernos Espíritas, do saudoso jornalista baiano Deolindo Amorim. Neste último livro, está encerrado um curioso estudo sobre a origem da Doutrina Espírita, que é de suma importância consultar.
Fui, assim, “armado” com a espada da informação para a casa irmã.
Era uma quarta-feira, pela manhã. Surpreendentemente, o salão estava lotado, estando presente cerca de duzentas e vinte pessoas.
Convidado a assumir a palavra, comecei minha exposição, relembrando os acontecimentos de Hydesville, tocando no convite feito pelo Sr. Fortier ao Prof. Rivail para que este presenciasse o fenômeno das mesas girantes, passando pelos primeiros estudos do pedagogo francês até atingir o lançamento de O Livro dos Espíritos, momento a partir do qual apresentei as quatro partes da obra basilar do Espiritismo, revelando seu conteúdo e sua relevância.
Em dado momento da explanação, interrompi as colocações e consultei a platéia, fazendo a seguinte pergunta: Quem aqui já leu O Livro dos Espíritos? Cerca de sessenta pessoas (menos de um terço dos presentes) levantaram a mão!
Refiz, então, a pergunta: Quantos já estudaram O Livro dos Espíritos? Aproximadamente vinte pessoas mantiveram suas mãos levantadas!
E nova pergunta despontou dos meus lábios: Quem pode me dizer do que está escrito na introdução de O Livro dos Espíritos? Todos abaixaram a mão!
Naquele momento, mais do que em qualquer outro, entendi porque devemos estudar o Espiritismo: para sermos, verdadeiramente, espíritas – porque é impossível compreender e viver uma Doutrina tão complexa e abrangente sem dominar seus conhecimentos básicos.
E, àquele que quiser tornar-se, verdadeiramente, espírita, convido a um estudo de O Livro dos Espíritos, sem, contudo, que deixe de consultar a sua introdução!
Autor: Pedro Camilo
[email protected]
Como estudar o espiritismo?
"Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis. Ainda menos saberíamos dá-los a alguns que, para não decaírem da reputação de homens de espírito, se afadigam por achar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras, ou tidas como tais por pessoas cujo saber, cujo caráter e convicções lhes dão direito à consideração de quem quer que se preze de bem-educado. Abstenham-se, portanto, os que entendem não serem dignos de sua atenção os fatos. Ninguém pensa em lhes violentar a crença; concordem, pois, em respeitar a dos outros.
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. (...)".
Allan Kardec foi quem fez esta importante colocação em o Livro dos Espíritos, capítulo VIII, Introdução, o que consideramos um alerta para os que, ao se aproximarem do Espiritismo o julgariam ou o questionariam sem o devido estudo prévio.
Na nossa vivência diária como espíritas, acostumamo-nos a conversar com as pessoas que estão aproximando-se do Espiritismo e sermos bombardeados por uma série de perguntas, as quais geram respostas que intrigam aqueles que as fazem. Somos da opinião de que em qualquer crença, as seguintes respostas deveriam dadas com muita clareza : O que somos ? De onde viemos ? Para onde iremos ? O que é Deus ? Devo ser bom ? Por que ? ... e assim por diante.
Recorreremos ainda às palavras de Bruno Bertocco, em seu livro intitulado Deus : "O que toda criatura desapaixonada, equilibrada, sincera e honesta deve fazer, antes de julgar qualquer coisa, de fazer suas críticas a seu respeito, de negá-la ou aceitá-la, é, inicialmente, adquirir as respectivas informações concernentes à sua existência, aproximar-se para o devido reconhecimento da sua natureza, através da pesquisa e do estudo dos fatores relacionados à sua causa, ou dos fenômenos produzidos pelas forças originárias da parte fundamental, podendo desta forma, com conhecimento de causa, tirar suas conclusões, baseadas nos fatos, e formular seu veredicto com justeza, a respeito de tal coisa."
Muitas pessoas aproximam-se do Espiritismo pelos mais variados motivos, no entanto poucas conseguem perseverar no estudo necessário para entendê-lo, ficam à margem, deslumbradas por alguns de seus aspectos e com grandes dúvidas sobre outros.
É por isso que o movimento espírita tem enfatizado ao longo do tempo a necessidade da implantação do estudo sistematizado da Doutrina Espírita em cada centro espírita. Lembrando o memorável Herculano Pires ( 1914-1979 ), o Espiritismo ainda continua um "desconhecido", e a maioria , movida pela ânsia de soluções imediatistas, ainda não busca uma nova filosofia de vida, a par de uma explicação para o porquê "do ser, do destino e da dor".
O slogan "Comece pelo começo" utilizada nas campanhas promovidas pela U.S.E. União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, tendo como figura nos cartazes as obras da Codificação ( O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese ) pode parecer óbvio, no entanto constatamos que muitas pessoas que são espíritas ou as que estão estudando o Espiritismo há algum tempo não começaram pelo começo, muitas vezes nem O Livro dos Espíritos chegaram a ler. Ora, nada mais aconselhável se quisermos estudar o Espiritismo, devemos começar pelo começo e o começo é a Codificação.
Depois de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, podemos citar autores importantes como Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Camille Flamarion, Herculano Pires, Deolindo Amorin, Eliseu Rigonatti, Yvone A. Pereira, Hermínio C. Miranda, Martins Peralva,Caibar Schutel, Richard Simonetti e muitos outros, além é claro dos autores espirituais Emannuel, André Luiz, Humberto de Campos, Manoel Philomeno de Miranda e vários outros.
Há muito para ler e estudar, torna-se necessário uma boa organização por parte daquele que vai estudar o Espiritismo, para não empregar o tempo de forma equivocada, seja não começando pelo começo, ou lendo obras pseudo-espíritas ou controvertidas, sem pureza doutrinária. Que cada um analise sua posição perante a pergunta que intitula este artigo e encontre o caminho correto, sendo que esperamos ter humildemente ajudado com este pequeno trabalho.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
Livro Deus, Bruno Bertocco
Autor: Paulo Roberto Wollmer
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá. (...)".
Allan Kardec foi quem fez esta importante colocação em o Livro dos Espíritos, capítulo VIII, Introdução, o que consideramos um alerta para os que, ao se aproximarem do Espiritismo o julgariam ou o questionariam sem o devido estudo prévio.
Na nossa vivência diária como espíritas, acostumamo-nos a conversar com as pessoas que estão aproximando-se do Espiritismo e sermos bombardeados por uma série de perguntas, as quais geram respostas que intrigam aqueles que as fazem. Somos da opinião de que em qualquer crença, as seguintes respostas deveriam dadas com muita clareza : O que somos ? De onde viemos ? Para onde iremos ? O que é Deus ? Devo ser bom ? Por que ? ... e assim por diante.
Recorreremos ainda às palavras de Bruno Bertocco, em seu livro intitulado Deus : "O que toda criatura desapaixonada, equilibrada, sincera e honesta deve fazer, antes de julgar qualquer coisa, de fazer suas críticas a seu respeito, de negá-la ou aceitá-la, é, inicialmente, adquirir as respectivas informações concernentes à sua existência, aproximar-se para o devido reconhecimento da sua natureza, através da pesquisa e do estudo dos fatores relacionados à sua causa, ou dos fenômenos produzidos pelas forças originárias da parte fundamental, podendo desta forma, com conhecimento de causa, tirar suas conclusões, baseadas nos fatos, e formular seu veredicto com justeza, a respeito de tal coisa."
Muitas pessoas aproximam-se do Espiritismo pelos mais variados motivos, no entanto poucas conseguem perseverar no estudo necessário para entendê-lo, ficam à margem, deslumbradas por alguns de seus aspectos e com grandes dúvidas sobre outros.
É por isso que o movimento espírita tem enfatizado ao longo do tempo a necessidade da implantação do estudo sistematizado da Doutrina Espírita em cada centro espírita. Lembrando o memorável Herculano Pires ( 1914-1979 ), o Espiritismo ainda continua um "desconhecido", e a maioria , movida pela ânsia de soluções imediatistas, ainda não busca uma nova filosofia de vida, a par de uma explicação para o porquê "do ser, do destino e da dor".
O slogan "Comece pelo começo" utilizada nas campanhas promovidas pela U.S.E. União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, tendo como figura nos cartazes as obras da Codificação ( O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese ) pode parecer óbvio, no entanto constatamos que muitas pessoas que são espíritas ou as que estão estudando o Espiritismo há algum tempo não começaram pelo começo, muitas vezes nem O Livro dos Espíritos chegaram a ler. Ora, nada mais aconselhável se quisermos estudar o Espiritismo, devemos começar pelo começo e o começo é a Codificação.
Depois de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, podemos citar autores importantes como Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Camille Flamarion, Herculano Pires, Deolindo Amorin, Eliseu Rigonatti, Yvone A. Pereira, Hermínio C. Miranda, Martins Peralva,Caibar Schutel, Richard Simonetti e muitos outros, além é claro dos autores espirituais Emannuel, André Luiz, Humberto de Campos, Manoel Philomeno de Miranda e vários outros.
Há muito para ler e estudar, torna-se necessário uma boa organização por parte daquele que vai estudar o Espiritismo, para não empregar o tempo de forma equivocada, seja não começando pelo começo, ou lendo obras pseudo-espíritas ou controvertidas, sem pureza doutrinária. Que cada um analise sua posição perante a pergunta que intitula este artigo e encontre o caminho correto, sendo que esperamos ter humildemente ajudado com este pequeno trabalho.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
Livro Deus, Bruno Bertocco
Autor: Paulo Roberto Wollmer